Unicef
850 mil casos de transmissão de HIV foram evitados entre 2005 e 2012
De
acordo com o diretor executivo do Unicef, Anthony Lake, é possível que
hoje uma mulher portadora do vírus HIV tenha uma vida saudável.
O
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que, entre
2005 e 2012, mais de 850 mil casos de transmissão do vírus HIV de mãe
para filho tenham sido evitados. Uma das razões para isso é o uso de um
novo tratamento antirretroviral, conhecido como Option B+, que aumentou
a probabilidade de tratar de forma eficaz mulheres com HIV e prevenir a
transmissão do vírus aos filhos durante a gravidez, informa o
relatório As Crianças e a Aids: Um Balanço sobre a Situação em 2013,
divulgado nestasexta (29) pelo Unicef. Ainda assim, só em 2012, cerca
de 210 mil crianças morreram de doenças relacionadas à aids.
"Graças a um novo tratamento antirretroviral simplificado, que deve
ser feito durante toda a vida [Option B+], há agora mais possibilidades
de tratar eficazmente mulheres que vivem com o HIV e prevenir a
transmissão do vírus aos seus bebês durante a gravidez, o parto e a
amamentação", acrescenta o estudo.
De acordo com o diretor executivo do Unicef, Anthony Lake, é
possível que hoje uma mulher portadora do vírus HIV tenha uma vida
saudável. "Hoje em dia, mesmo que uma mulher grávida viva com o HIV,
isso não significa que o seu bebê tenha de ter o mesmo destino", disse.
Segundo o relatório do fundo da ONU, o Malawi, no Sudeste da África,
foi o país pioneiro na oferta do tratamento Option B+, que é usado
desde 2011. O país foi um dos que alcançaram os melhores avanços em
relação à prevenção de novas infecções em recém-nascidos, com redução de
52% entre 2009 e 2012. Na região da África Subsaariana foram
registrados os melhores progressos no mesmo período - as novas infecções
em crianças recém-nascidas diminuíram 76% em Gana, 58% na Namíbia, 55%
no Zimbábue, 52% em Botsuana e 50% na Zâmbia e na Etiópia.
Para o Unicef, é necessário que as crianças com o vírus recebam
tratamento antirretroviral para que uma geração livre de aids se torne
realidade. Em 2012, apenas 34% das crianças que vivem com HIV em países
de baixo e médio rendimento receberam o tratamento de que precisavam.
No caso de adultos, o percentual foi 64%.
De acordo com o fundo, além da melhoria dos índices de transmissão
do vírus de mãe para filho, houve redução de novos casos de aids entre
crianças. Em 2005, foram 540 mil novos casos. Em 2010, 260 mil.
Ao contrário da transmissão em recém-nascidos e crianças, o Unicef
constatou que mortes de jovens entre 10 e 19 anos relacionadas ao vírus
HIV aumentaram mais de 50% entre 2005 e 2012 - de 71 mil para 110 mil.
Em 2012, havia 2,1 milhões de adolescentes portadores da doença.
O Unicef informou que se houver aumento de investimentos em
intervenções de alto impacto até 2014, poderá ser evitada a contaminação
de 2 milhões de adolescentes, especialmente meninas, até 2020. Essas
intervenções incluiriam o uso de preservativos, tratamento
antirretroviral, a prevenção da transmissão de mãe para filho e
campanhas para mudança de comportamento
"Se intervenções de alto impacto forem ampliadas por meio do uso de
uma abordagem integrada, podemos reduzir pela metade o número de novas
infecções entre adolescentes até 2020. É uma questão de alcançar os
adolescentes mais vulneráveis por meio de programas efetivos", disse o
diretor. (ABr)