O
papiloma vírus humano (HPV) não é apenas um vírus e sim uma família com
cerca de 200 tipos. Classificados por ‘alto’ ou ‘baixo’ risco de
câncer, a maioria é sexualmente transmissível e pode provocar lesões na
pele ou mucosa. Os de alto risco, geralmente, estão relacionados a
tumores malignos e são eles que causam 90% dos cânceres de colo de
útero. Alguns estudos indicam que 50% a 80% das mulheres sexualmente
ativas, no mundo, serão infectadas por um ou mais tipos de HPV, em algum
momento da vida.
A transmissão do papiloma
acontece por meio do contato direto com a pele infectada. Os HPV
genitais são transmitidos em relações sexuais, podendo causar ferimentos
na vagina, colo do útero, pênis e ânus. O uso da camisinha é a maneira
mais eficaz para reduzir a possibilidade de contágio. Por isso, a
utilização do preservativo é recomendada em qualquer tipo de relação,
mesmo naquela entre casais estáveis.
A maioria das infecções do HPV é
combatida espontaneamente pelo sistema imunológico. Mas nem sempre os
anticorpos são capazes de eliminar o vírus. As infecções mais comuns são
as verrugas, popularmente conhecidas como “crista de galo” e são
tratadas com cauterização. Entretanto, são as infecções que não
apresentam sintomas que podem progredir e gerar o câncer do colo do
útero.
Diagnóstico
– o HPV pode ser diagnosticado por meio de exames ginecológicos. As
lesões precursoras do câncer podem ser identificadas através do exame
preventivo chamado Papanicolau e o diagnóstico é confirmado através de
exames laboratoriais como o teste de captura híbrida e o exame de sangue
PCR. Ambos estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente, em todos os estados do país.
A coordenadora da Área Técnica de Saúde da Mulher do MS,
Esther Vilela, garante que medidas estão sendo tomadas para que o
diagnóstico seja ainda mais preciso. “O Ministério da Saúde está
investindo no controle de qualidade dos laboratórios que realizam os
exames de prevenção, pois a qualidade do resultado deles interfere
diretamente no laudo. E se esse resultado for positivo para HPV, nós
temos uma lesão precursora e temos que tratá-la antes de virar um
câncer”, diz Esther.
A doença matou mais de cinco mil
mulheres em 2011. A coordenadora explica porque esse número ainda é
alto: “As mulheres não precisam morrer de câncer de colo de útero. Nós
temos que romper a barreira do preconceito por falta de acesso a
informação e ao exame de prevenção. Se as mulheres que tem de 25 a 64
anos fizerem anualmente o exame ginecológico, preventivo, podemos tratar
dos casos no inicio e esses números de óbitos vão reduzir”.
Tratamento –
Diversos tipos de tratamento são oferecidos pelo SUS, inclusive o
tratamento com laser e o procedimento cirúrgico. Entretanto, é o médico
que recomenda a conduta mais adequada, após a avaliação de cada caso.
Transmissão do homem para a mulher
– O fato de o homem ter tido relação sexual com uma mulher infectada
pelo HPV não significa que ele transmitirá a infecção. Entretanto, é
recomendado que os homens procurem um urologista para realizar a
peniscopia ou o teste de biológico que detecta a presença do DNA do HPV.
Mulheres grávidas
– A grávida tem o sistema de defesa mais baixo e pode ser mais
receptível a desenvolver o vírus. Mas a ocorrência de HPV durante a
gravidez não implica, obrigatoriamente, na má formação do feto e não
impede o parto normal ou a cesariana.
Camilla Terra / Blog da Saúde
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