sábado, 19 de janeiro de 2013

MAIS UMA ESPERANÇA

Plano Viver Sem Drogas reabilita dependentes químicos na Bahia


Ações voltadas para usuários de drogas
Ações voltadas para usuários de drogas
Integrante do programa estadual Pacto pela Vida, o Plano Viver Sem Drogas completou um ano de implantação no dia 11 deste mês.
Coordenado pela Superintendência de Prevenção e Acolhimento aos Usuários de Drogas e Apoio Familiar (Suprad), daSecretaria Estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), o conjunto de ações é subdividido em quatro eixos:
Ampliação da Rede SUS, integração e qualificação dos dispositivos que lidam com o uso abusivo de drogas, prevenção ao uso de drogas e sistema complementar, como os convênios da SJCDH com comunidades terapêuticas.
De responsabilidade dos municípios, o atendimento aos casos de abuso de drogas depende da estrutura oferecida por serviços como os do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD) e outros que compõem a rede de saúde mental.
“Ao governo estadual cabe articular esses serviços para que eles funcionem em rede, capacitar e orientar a política”, afirmou a superintendente de prevenção e acolhimento aos usuários de drogas e apoio familiar, Denise Tourinho.
O papel do Plano Viver Sem Drogas é articular os setores, como o judiciário e a segurança pública, com os sistemas de saúde e assistência social. O objetivo é que essas áreas constituam uma rede preparada para o enfrentamento das drogas no estado.
“Há algum tempo, a questão das drogas era tratada exclusivamente como questão de polícia. Hoje sabemos que a questão das drogas tem um cunho social muito grande e também envolve a área de saúde mental”, disse Denise.
Caps-AD Gregório de Mattos tem localização estratégica
Essa articulação é responsável por serviços como o Caps-AD Gregório de Mattos, numa parceria entre os governos federal e estadual. A unidade é uma das 17 do estado e funciona no antigo prédio da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba), no Terreiro de Jesus, Pelourinho.
Para o coordenador-geral da unidade, Tarcísio Andrade, a localização no Centro Histórico é estratégica, por se tratar de uma área de concentração de usuários de drogas como o crack.
“Há uma grande frequência de pessoas que vivem nas ruas e temos ajudado essas pessoas a lidar com vivências, com deveres e a usar os serviços de saúde, o que elas não costumam fazer”.
Desde a inauguração, em janeiro de 2012, o Caps-AD já atendeu a cerca de 800 pessoas. O suporte é prestado tanto para usuários quanto para seus familiares.
Além da demanda espontânea de pessoas que procuram atendimento, profissionais de saúde fazem visitas e abordagens em áreas adjacentes para identificar dependentes de substâncias psicoativas e conscientizar sobre a importância do tratamento.
Foi assim que E.R.F. conheceu o centro. Ele informou que é dependente de álcool e com a ajuda de oficinas de arte, além do acompanhamento médico, comemorava o quarto dia sem ingerir bebidas alcoólicas.
“Antes era difícil parar, porque trabalho fazendo bicos e quando terminava sempre ia para um meio onde não falta cachaça, não faltam drogas. Depois que conheci o Caps, me afastei mais um pouco”.
Ponto de Encontro
Também no Centro Histórico de Salvador, o Ponto de Encontro é outro serviço voltado para assistência a dependentes químicos, resultante da parceria entre as Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA), secretarias estaduais da Educação e da Saúde, Tribunal Estadual de Justiça e Ufba, por meio do Centro de Terapia e Abuso de Drogas (Cetad).
Localizada no prédio desativado da Escola Marquês de Abrantes, na Rua do Boqueirão, bairro do Santo Antônio Além do Carmo, a unidade é um espaço de atenção aos dependentes químicos e um ponto de apoio social aos usuários de drogas para deixar o vício.
No espaço, eles contam com orientação e encaminhamento para serviços básicos de saúde, além de participar de atividades terapêuticas, como música e sessões de cinema.
“O que o nosso serviço promove é fazer com que as pessoas possam experimentar outro lugar social que não aquele de um criminoso, não aquele de uma pessoa que participa do tráfico de drogas”, explicou a antropóloga Luana Malheiro.
Para garantir o tratamento de usuários de drogas, 800 vagas gratuitas são disponibilizadas por meio de convênios do Estado com comunidades terapêuticas da capital e do interior, totalizando recursos de R$ 4 milhões por ano.
Casa das Pérolas
Com sede em Coutos, no subúrbio ferroviário, a Casa das Pérolas é uma das instituições conveniadas para o oferecimento de 30 vagas de acolhimento de mães usuárias de drogas, principalmente crack, e seus filhos.
“Com esse convênio, podemos estruturar todo o espaço físico, contratar a equipe técnica que dá o suporte extremamente necessário a esse trabalho e transformar essas casas em lares convidativos para que elas fiquem”, destacou a fundadora da instituição, Vera Guimarães.
As internas da Casa das Pérolas dividem unidades conhecidas como ‘casas-lares’, mantendo assim o contato com os filhos. O tratamento dura, em média, nove meses, mas algumas mulheres permanecem como funcionárias da instituição.
É o caso de Naiana de Souza, que atribui a recuperação da dependência de crack ao nascimento da filha e à ajuda que recebeu na comunidade. “Já faz dois anos e meio que estou limpa, a idade que a minha filha tem. Estou vivendo uma vida digna e agora tenho meu emprego. O próximo passo é ter casa própria”.
A relação das entidades conveniadas e mais informações sobre o tratamento para usuários de drogas podem ser obtidas através do telefone da Suprad (71) 3115-8466.

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